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quinta-feira, 12 de maio de 2011

O bê-á-bá da EAD

Ele explicou que as atividades a distância são semelhantes às do cotidiano das universidades: há aulas, debates coletivos, trabalhos, prazos e avaliações. A diferença é que tudo acontece dentro de um ambiente virtual. No caso da UFC, o software utilizado é o “Solar” – que funciona como ponto de encontro on-line dos estudantes. “É como se fosse um Orkut acadêmico, já virou um vício.

Todo dia a gente acessa, vê o que tem de conteúdo, participa dos fóruns de discussão...”, descreveu André.
Ao contrário do que ocorre no sistema presencial, as disciplinas de cada semestre não são cumpridas simultaneamente, mas uma de cada vez. No primeiro semestre dos cursos de Letras, por exemplo, toda a carga horária de “Fonologia” é realizada durante cerca de um mês. Somente após os testes finais da disciplina, tem início uma nova matéria.

As cadeiras, por sua vez, são dividas por aulas. Em cada uma delas, textos, áudios, vídeos, simulações, animações e outros objetos educacionais são utilizados para facilitar a apreensão do conteúdo. O desafio de tornar qualquer assunto compreensível via computador – desde cálculos na área de física até a pronúncia correta de palavras estrangeiras – fica a cargo do Centro de Produção do Instituto UFC Virtual, uma verdadeira fábrica de recursos multimídia.

A equipe do Centro, formada por mais de 30 integrantes – entre pedagogos, designers, arquitetos, comunicadores sociais e analistas de sistemas – já produziu mais de 500 animações para diferentes disciplinas.
“Antes de os cursos começarem a funcionar, nossa equipe se reúne com os professores para pensar a melhor forma de repassar as matérias”, explicou o coordenador do grupo, Henrique Sérgio Pequeno.

Além de “assistirem” às aulas na Web, os alunos debatem textos, exercícios e temas relacionados à disciplina em fóruns de discussão criados pelos professores. O envolvimento nessas atividades conta como presença e soma pontos para a nota final de cada estudante. Apesar do nome, a Educação a Distância não ocorre totalmente longe da sala de aula. A legislação brasileira determina que 20% da carga horária dos cursos seja realizada de forma presencial, nos chamados pólos de ensino. No País, já existem mais de 560 pólos espalhados por capitais e municípios do Interior. A UFC está presente em 26 deles. É nos pólos onde ocorrem aulas práticas de disciplinas que exigem exercícios em laboratório. A quantidade de encontros presenciais varia de acordo com o número de créditos da disciplina: quanto mais complexa ela for, mais aulas presenciais terá. “Algumas têm até duas aulas presenciais por semana, para que não haja prejuízos na aprendizagem”, explicou o Prof. José Aires.

Além de aulas, os pólos sediam também as avaliações dos cursos, sempre escritas e presenciais. Na prática, um verdadeiro choque de regras e hábitos vem à tona quando se confronta o dia-a-dia da sala de aula e o cotidiano virtual da maioria dos jovens. Sentar-se corretamente, evitar conversas paralelas, prestar atenção no que fala o professor e utilizar normas do discurso acadêmico em textos e seminários fazem parte de um comportamento que nada tem a ver com a “netiqueta” seguida no universo de blogs, MSN, Orkut e outras ferramentas disponíveis na Internet.

No mundo virtual, tudo acontece de forma contrária ao que se estimula nas universidades: inúmeras janelas de conversa são abertas ao mesmo tempo, a leitura é, muitas vezes, rápida e superficial, a linguagemOutra barreira que deve ser superada diz respeito à tentação de apelar para os comandos Ctrl + C / Ctrl + V: o velho recurso do “copiar e colar” da Internet, usado exaustivamente pelos usuários. A ferramenta já tem sido objeto de preocupação mesmo no ensino presencial, desde que a grande rede de computadores se democratizou.
Para onde vai a Educação a Distância?
Quais os rumos dessa modalidade de ensino? Embora o otimismo esteja contaminando boa parte da sociedade, as respostas para tais questões ainda são um tanto obscuras, dada a quantidade de desafios lançados. No Brasil, o modelo de EAD adotado pelas instituições públicas de ensino é baseado no uso da Internet – ferramenta que, apesar de se multiplicar em velocidade estrondosa, ainda não chegou com força a diversas partes do País.
por Hébely Rebouças
Revista de valorização e promoção da produção científica, tecnológica e cultural da UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. MAR_ABR /2009 ano 9. nº48

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