Mais de 33 mil alunos da Universidade Federal do Ceará poderiam votar na eleição para a escolha do candidato a reitor da instituição na última quinta-feira, mas apenas 1.684 compareceram às urnas para eleger Jesualdo Farias (chapa única). O número reduzido teria ocorrido por causa da ação do movimento estudantil, que distribuiu nota antes da votação conclamando os universitários para que se abstivessem dos votos como protesto.
O presidente da comissão eleitoral, Maurício Filho, explica que a votação não se tratou mesmo de uma eleição, mas sim de uma consulta universitária. Ele ressalta que esse modelo insatisfaz a todos e que realmente precisa ser reformulado. “Eu lamento que só se discuta esse
sistema nas vésperas das eleições”.
Na consulta universitária, o vencedor tem seu nome sugerido para compor uma lista tríplice que é levada ao presidente da República para que seja feita a escolha do novo reitor. Como o professor Jesualdo Farias foi o único candidato, o Conselho Universitário (Consuni) indicará mais dois representantes para formar a lista tríplice, que será encaminhada à Presidência da República.
Enquanto os alunos deixavam de votar, os professores marcaram presença. Dos 1.911 docentes que podiam se manifestar na consulta, 1.179 compareceram. O número de técnicos administrativos, no entanto, deixou a desejar. Dos 3.266, apenas 575 votaram. “Os servidores não participaram por que estavam em greve e quiseram boicotar”, informa Maurício.
Outra reclamação dos alunos diz respeito ao peso dos votos, pois a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) estabelece que o fator do voto do aluno seja multiplicado por 15, enquanto que o dos professores é multiplicado por 70. Para o presidente da comissão eleitoral, esse cálculo corrige a diferença na quantidade entre alunos (33.572) e professores (1.911). A reunião do Consuni para a escolha da lista tríplice será no próximo dia 6. (Silvia Araújo)
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